Segurados do INSS sob o risco de cair na malha fina
Instituto criou
CNPJ novo para fazer pagamentos e ele deve ser informado na declaração de
Imposto de Renda de 6,2 milhões de aposentados
AURÉLIO
GIMENEZ
Rio - Para evitar cair nas garras do Leão, os
segurados da Previdência Social — incluindo os 6,2 milhões de aposentados e
pensionistas — devem ficar muito atentos ao preenchimento da declaração do
Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2015, ano-base 2014. Isso porque nesse
ano, esses contribuintes deverão informar o novo Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ) do INSS no momento de preencher o formulário.
Determinação do Tribunal de Contas da União (TCU)
criou a Unidade Gestora do Fundo do Regime Geral (FRGPS), que passou a ser
responsável pelo pagamento dos benefícios previdenciários. Com o novo nome, que
também deve constar na declaração, foi criado o novo CNPJ, cujo o número agora
é 16.727.230.0001-97. s aposentados Ernani
Teixeira (E) e Luiz Lima apoiam defendem que o reajuste da aposentadoria siga
os mesmos critérios de correção do salário mínimo nacional
Foto: Mauro
Pimentel / Agência O Dia
O coordenador-geral de Orçamento, Finanças e
Contabilidade (CGOFC) do INSS, Antônio Bacelar Ferreira, alerta para o fato de
que se o beneficiário usar o número antigo, sua declaração poderá cair na malha
fina da Receita. Isso poderá ocorrer, se o contribuinte importar os dados da
declaração ano-base 2013, onde consta o CNPJ antigo do INSS:
29.979.036.0001-40.
“Fomos pegos de surpresa. Ficamos sabendo na
segunda-feira, primeiro dia de entrega da declaração, ao puxar o extrato
previdenciário de um aposentado e constatarmos a mudança do nome do órgão e do
CNPJ. Se tivéssemos feito a importação automática dos dados, a declaração
poderia ficar retida”, explicou Rodrigo Zaparoli, consultor Confirp Consultoria
Contábil.
O especialista afirmou estranhar não ter havido uma
divulgação maior sobre a alteração. Para quem já enviou a declaração nos dois
primeiros dias, Zaparoli recomenda a pessoa verificar as informações contidas
no formulário e, se necessário, fazer a retificação, evitando cair na malha
fina.
Além de aposentados e pensionistas, a situação pode
acontecer também com uma pessoa que, ao fazer o ajuste anual, declare como
dependente (pai, mãe, filhos) alguém que receba o benefício previdenciário.
O demonstrativo de Impostos de Renda de Pessoa Física (DIRPF), ano-base 2014, está disponível na página da Previdência Social na internet e pode ser acessado pelos 32 milhões de segurados, inclusive os isentos. Ao entrar na página na internet, o segurado deve ir em Agência Eletrônica e depois clicar no símbolo do Leão do Imposto de Renda, informar o ano-base, número do benefício, data de nascimento, nome do beneficiário e CPF. Não é necessário o uso de senha.
O demonstrativo de Impostos de Renda de Pessoa Física (DIRPF), ano-base 2014, está disponível na página da Previdência Social na internet e pode ser acessado pelos 32 milhões de segurados, inclusive os isentos. Ao entrar na página na internet, o segurado deve ir em Agência Eletrônica e depois clicar no símbolo do Leão do Imposto de Renda, informar o ano-base, número do benefício, data de nascimento, nome do beneficiário e CPF. Não é necessário o uso de senha.
Conforme a Receita, até as 17h40 de ontem 367.394
declarações foram recebidas pelos sistemas do Fisco. Idosos, portadores de
doença grave e deficientes físicos ou mentais têm prioridade na devolução. Os
valores começam a ser pagos em junho.
Banco envia o extrato
Estão obrigados a declarar o IR contribuintes que
receberam mais do que R$26.816,55 em 2014. O prazo de entrega vai até 30 de
abril.
Aposentados e pensionistas do INSS já podem acessar
ao demonstrativo do IR ano-base 2014 no site da pasta
(previdencia.gov.br).</MC>
Os bancos estão enviando 6,2 milhões de
comprovantes para a casa de aposentados que devem acertar as contas com o
Fisco. O extrato também pode ser retirado em terminais de autoatendimento das
instituições financeiras e nas agências da Previdência.
Benefício igual ao salário-mínimo
A Câmara dos Deputados deve apreciar ainda essa
semana o projeto de lei que torna permanente o atual critério de reajuste anual
do salário mínimo, como quer o Planalto, mas que estende as mesmas diretrizes
para o reajuste das aposentadorias acima desse valor. A mudança desagrada o
governo devido ao impacto nos cofres públicos.
Segundo o relator do texto, deputado André
Figueiredo (PDT-CE), não há estimativa do impacto financeiro da medida. Ele
defende, porém, a necessidade de mudar as regras com o objetivo de valorizar o
benefício. “Como as aposentadorias têm reajustes mais baixos, com o tempo,
ficarão defasadas”, disse.
Pelos cálculos do parlamentar, em um prazo de 10 a 15 anos, se a regra para a aposentadoria não for alterada, a defasagem será tão grande que todos os aposentados receberão o equivalente a um salário mínimo. “Estendemos essa política no âmbito da aposentadoria para que os aposentados tenham os mesmos reajustes que os do salário mínimo.”
Pelos cálculos do parlamentar, em um prazo de 10 a 15 anos, se a regra para a aposentadoria não for alterada, a defasagem será tão grande que todos os aposentados receberão o equivalente a um salário mínimo. “Estendemos essa política no âmbito da aposentadoria para que os aposentados tenham os mesmos reajustes que os do salário mínimo.”
A regra atual só vale até o fim do ano, e o
Congresso precisa definir como será a partir de 2016. A legislação determina
que o mecanismo de atualização do salário mínimo seja calculado com a correção
da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano
anterior, mais a variação do PIB de dois anos anteriores. Já as aposentadorias
são reajustadas com base somente na inflação do ano anterior.
O aposentado Ernani de Figueiredo Teixeira, 74
anos, diz que será muito bem vinda a adoção de um mesmo critério de reajuste
anual para o salário mínimo e para a aposentadoria. “Finalmente surgiu uma
medida que vise valorizar a nossa renda. Normalmente o poder público esquece
que o idoso existe”, afirma.